domingo, 29 de março de 2009

Metanóia e o impulso na gestão empresarial


Lembra daquela reunião na empresa, no condomínio, do grupo na escola, ou daquele seminário que você participou e saiu motivado prometendo que no dia seguinte faria uma revolução com as informações obtidas?

Talvez se lembre não só de uma situação, mas de várias, onde a vontade de transformar o mundo ficou do lado de fora do portão de casa, ou se foi com o banho quente antes de dormir, quem sabe não foi levado pelos sonhos da noite, como também pode ter-se dissipado no caminho do trabalho, não?

Refletindo, você começa a se perguntar o que ouve com aquela vontade toda de fazer algo grande, porque conceitos que lhe despertaram de interesses horas depois parecem não significar nada?

Tudo naquele momento parecia tão claro, agora parece que restou muito pouco!

Coletar informações é diferente de aprender. Ler tudo que há sobre os carros de fórmula 1 e as formas de pilotá-lo não o habilitam a conduzi-lo.

A aprendizagem de fato demanda o comprometimento com a superação, com a mudança de estado, com a mudança de espírito.

Há alguns anos trabalhei com um dirigente que não tinha a menor vocação e, como dizemos popularmente, gosto pela informática. Era muito difícil convencê-lo que os microcomputadores fariam o trabalho pesado e com isso teria mais tempo para se dedicar a análises e reflexões em seus projetos.

Seguindo a tendência, na época, um laptop lhe foi dedicado e as mudanças começaram a acontecer. Ganhamos um fervoroso adepto da informática, que agora sim nos dava um enorme trabalho, querendo aprender que fosse possível sobre planilhas eletrônicas.

Nada mais de falar em formulários de 13 colunas, tão venerado para elaboração dos quadros orçamentários e somas cruzadas para ter certeza que não haviam erros aritméticos.

Sempre me perguntei que nome poderíamos dar a essa mudança na forma de ver as coisas? Metanóia. Sim, Metanóia.
Ops, calma , não se assuste , isso não tem a ver com paranóia , não está associado a usuários de droga , nóias , como hoje são chamados, nem tem a ver com paranóia com metas .

A palavra metanóia quer dizer mudança de mentalidade. Para os gregos tem um significado especial como ir além, passar além de , ultrapassar, exceder , elevar-se acima de , transcender. Meta, como acima ou além e nóia, vem de nous, mente.

Podemos considerar metanóia também como transformação do pensamento, mudança de mentalidade, aspectos fundamentais para que as informações coletadas se transformem em aprendizado e, consequentemente, aplicação prática.

Vamos encontrar na tradição católica essa palavra com o significado conversão espiritual, penitência, arrependimento, não é nosso foco aqui, mas qualquer que seja seu interesse vale a pena estudá-la e refletir sobre sua profundidade.

O aprendizado pode levá-lo a dois caminhos, adaptar-se ao mundo em que vive ou provocar transformações neste.

Qualquer que seja o caminho tomado há a necessidade de uma mudança de mentalidade, para entendimento e aceitação dos fatos ou contestação e ação para transformação.

Há um famoso ditado que diz que a mente que aprende se expande e nunca mais volta ao tamanho original.

Isso vale para uma pessoa, um grupo, uma empresa.

Você já notou que em algumas empresas a saída de duas ou três pessoas leva à uma grande desorganização de um processo estabelecido e fundamentado? O grupo que continua trabalhando não consegue manter o mesmo ritmo, sintonia, organização?

O que garantia a qualidade do trabalho não eram os manuais e procedimentos escritos, conversados, debatidos, mas a mentalidade, a forma como as tarefas eram supervisionadas e os desvios corrigidos.

O grupo continua com as informações, mas não tem a mesma capacidade gerativa das pessoas que deixaram a empresa.

Quando os seus projetos não estiverem atingindo os objetivos reflita um pouco e verifique se as pessoas realmente entenderam todo o processo e se não é necessário incentivar e provocar uma mudança de mentalidade para captação das questões e metas colocadas.

Lembre-se, fazer todos os dias a mesma coisa e esperar resultados diferentes é sinal de loucura, nesse aspecto o entendimento da metanóia pode ajudá-lo a impulsionar seus resultados .



Autor Ivan Postigo
Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP.



sábado, 14 de março de 2009

Faça Repercutir o Bem!!!


Há muito tempo, ouvimos a metáfora do copo “meio cheio” ou “meio vazio” . A questão é que precisamos tomar uma decisão a cada instante.

Há iniqüidade e há bondade, há sombra e há luz em toda parte. Sempre vamos enxergar aquilo que escolhermos.

Isso não significa que não veremos seu oposto.

Aquele que elege a sombra só pode fazê-lo porque tem consciência da presença da luz – e vice-versa.

Estamos vivendo tempos de desabamentos e reconstruções; de se desfazer daquilo que já passou e seguir na direção do novo.

Entretanto, esse processo é difícil. Em nossa caminhada, sempre carregamos nossas antigas crenças e muitos medos.

Acreditamos num paradoxo: que o bem é maior, mas que o mal impera no mundo. Nós nos emocionamos com a solidariedade, mas ressaltamos a corrupção. Gostamos das boas histórias, mas fazemos questão de consumir más notícias. Até quando seguiremos o caminho incoerente que nos leva para longe de nós mesmos?

A realidade em que vivemos é definida pelo nosso foco; é fruto daquilo que estamos vendo.

Perdemos motivação, esperança, fé e energia toda vez que permitimos que a ação de alguns nos tire da trilha reta de nossos melhores sonhos.

Precisamos inverter essa lógica. Que a ação do mal não nos impeça de praticar o bem!

Não somos capazes de mudar o outro, mas somos perfeitamente capazes de evoluir em nós mesmos – e no final das contas é essa a trajetória que conta.

Quando vemos corrupção e desonestidade, é natural que nos decepcionemos, que fiquemos indignados e frustrados. Entretanto, isso não pode significar o fim do nosso empenho na promoção do melhor, nem desmobilização para servir, ajudar, cooperar, contribuir, apoiar e estar com aqueles que mais precisam de nós – e que são as maiores vítimas da inconsciência.

Há luz e há sombra. É tempo de definir com que lado faremos nossa aliança de vida.

Gosto muito da idéia de “faça o bem sem olhar a quem”. Trata-se de fazer o bem incondicionalmente. Essa escolha é a mais elementar e, portanto, fundamenta toda a nossa trajetória.

Se temos o impulso de ajudar, mas nos deixamos desmobilizar quando vemos uma notícia de alguém que faz mal uso do recurso público, que tira daqueles que precisam, que desvia para si o que é de outro, então estamos nos aliando a essa inconsciência; estamos adormecidos para a verdadeira realidade, que não depende do que ocorre ao nosso redor, mas das escolhas intimas que fazemos a todo instante.

Concordo com a poetisa Elisa Lucinda: se me fazem o mal, revido com o bem; serei ainda mais honesta, ainda mais correta, ainda mais compreensiva.

E entenderei que só superaremos o mal com um bem ainda maior.

Reafirmo minha confiança no bem, no progresso da humanidade, na capacidade do ser humano de ser solidário, pacífico, amoroso e compassivo. Este mesmo ser humano é cheio de defeitos, dificuldades e limites. Mas quero fazer aliança com nossa porção mais luminosa.

Vivemos o mundo que escolhemos habitar e é preciso ter claro que somos os autores de nossa realidade, considerando que há sempre uma variedade de versões possíveis para se vislumbrar em cada evento. Afinal, nosso olhar enxerga o copo “meio cheio” ou “meio vazio”?

Fico imaginando Madre Tereza de Calcutá diante do imenso desafio de atender uma multidão de pobres e doentes.

Se seu olhar fosse para o copo “meio vazio”, ela jamais teria conseguido fazer alguma coisa.

Havia tanto a ser feito que aquilo que efetivamente se fazia, parecia inócuo.

Contudo, cada indivíduo atendido pelo empenho de seu amor e esperança sofreu uma transformação radical.

Cada indivíduo é um mundo inteiro.

Cada escolha gera uma atitude, uma ação, um resultado, um outro mundo.

É tempo de repercutir cada vez mais o bem e o bom.

Estou segura e confiante de que uma nova consciência há de despertar a qualquer momento para fazer bater o coração do nosso planeta.


Dulce Magalhães
Sócia da Work Educação Empresarial
REVISTA AMANHÃ – Jan/Fev2009

domingo, 8 de março de 2009

O Homem e a Mulher


O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefenível;
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema; A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo