É preciso não
esquecer nada: nem a torneira aberta nem o fogo aceso, nem o sorriso para
os infelizes nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de
ver a nova borboleta nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o
nosso rosto, o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso
pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos, a idéia de
recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não
fôssemos, vigiados pelos próprios olhos severos conosco, pois o resto não
nos pertence. |
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