sábado, 10 de outubro de 2009

O perfil do profissional do século XXI



O mercado de trabalho exige cada vez mais dos profissionais, tanto para os que estão ingressando como também para os que já estão e pretendem permanecer nele. Este mercado tem mudado em várias de suas características: tamanho, distribuição geográfica, surgimento, diminuição ou até mesmo desaparecimento de algumas profissões, caracterização do vínculo empregatício, entre outras. Diante desse cenário, a necessidade de adaptação e absorção de novas competências (conhecimentos, habilidades e experiências) e a capacidade de percepção e flexibilização são cruciais.

O profissional do século XXI deve possuir muitas características, entre elas, empreendedorismo, resiliência, pró-atividade, liderança energizadora, percepção, comunicação, persuasão, assertividade, criatividade, cultura, humanismo. Todas essas características têm sido muito requisitadas pelas empresas. Não se trata de ter profissionais supra-humanos, visto que, isso é impossível e tem levado muita gente a um nível de estresse muito grande. Trata-se de reconhecer seus potenciais, suas limitações e a partir daí, de forma equilibrada e estruturada, buscar o auto-desenvolvimento.

A tecnologia também tem sido cada vez mais importante na questão profissional. Independentemente da área do conhecimento, ela fornece a base conceitual necessária a uma evolução do pensamento e da análise. Atualmente, a utilização de ferramentas tecnológicas é um fator de diferenciação no mercado de trabalho. Compreender claramente o ambiente em que vivemos e suas correlações é fundamental para qualquer profissional, mas não devemos ser consumidores compulsivos dessas tecnologias e perder a noção da realidade. Os profissionais não podem ficar desatualizados com a evolução tecnológica devem saber usar essa ferramenta com sabedoria para gerar resultados efetivos.

Manter uma boa relação no ambiente de trabalho também é essencial no perfil do profissional. A produtividade, a criatividade, o sucesso da empresa e do profissional, e tantos outros fatores, dependem de um ambiente de trabalho saudável. Deve haver competição? Sim, deve. Um tipo à qual podemos chamar de coopetição. Isto é, uma competição pela melhoria, pelo sucesso, que aumente os níveis de cooperação, de integração, de ganhos para todos. Pode parecer um sonho, mas não é. É uma questão de mudança de paradigmas.

Creio que muitos já devem ter lido o livro 'O Monge e o Executivo' de James Hunt. Independentemente das questões de cunho religioso que alguns podem encontrar, Hunt aborda questões muito importantes para uma condução saudável de um relacionamento no ambiente de trabalho. Ele introduz um termo muito raro de ser encontrado nos livros destinados ao ambiente empresarial: o amor, visto aqui como respeito, consideração, acolhimento. Essa afeição significa ter respeito e cuidado pelas pessoas, pelo ambiente (incluso o meio-ambiente), pelos clientes, pelos fornecedores, pelo equipamento e até mesmo pelos concorrentes.

Outro ponto muito abordado é se os profissionais devem saber um pouco de tudo ou aprofundar-se num único assunto. Pode-se focar, prioritariamente, uma ou outra dependendo da profissão, da atuação profissional e até mesmo do momento de vida ou carreira. No entanto, num mundo globalizado e de mudanças rápidas, com conexões e competências cada vez mais complexas, é impossível adotar uma ou outra visão polarizada. Um bom exemplo disso é que muitas organizações contratam profissionais que oriundos da área de exatas para atividades financeiras ou administrativas, enquanto outras trazem profissionais das áreas de humanas ou artes para atuar junto a grupos altamente técnicos.

Gostaria de possuir uma bola de cristal para prever o futuro e dar boas dicas para os profissionais. Como não tenho, arrisco alguns conselhos: Faça o que você gosta e ame o que você faz. Seja dedicado, persistente, lute por aquilo que você acredita. Goste das pessoas, tenha humor e uma visão positiva da vida, mesmo naqueles momentos nos quais você teria todos os motivos para desistir. Trabalhe, trabalhe muito, mas trabalhe sabendo aonde você quer chegar. Defina um objetivo claro para sua vida pessoal e profissional, mas um objetivo bem definido, bem estruturado e suportado por um plano de ação. Você pode! Acredite nisso. Faça com que isso seja sua energia vital.

Luiz David Carlessi é consultor do IDORT/SP.

Fonte: InfoMoney

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