domingo, 24 de agosto de 2008

Angústia da espera

Sua ausência descompassa os meus dias
Que se transformam num espaço sem medida
Amontoado de tempo que perdeu a dimensão
Sua ausência fere e angustia
Abrindo em meu peito uma ferida
Que dolorida me maltrata o coração

Sua ausência é prova que me vence
Minando aos pouquinhos minha resistência
E embotando os sentidos da razão...
Sua ausência ultrapassa o clima de suspense
Num jogo que instiga minha paciência
Num mal que me enlouquece de paixão

Sua ausência, distanciamento de mim
Angústia e fragmentalidade
Dor que dilacera a alma, como implosão
Sua ausência me deixa triste, abatida enfim
Inerte frente à impossibilidade
De na verdade encontrar a solução

Meu coração alquebrado chora silente sofrido
Em ânsia contida, aguarda um movimento seu
Desprovido de esperança e emoção
Sua ausência é para mim o maior castigo
Que um dia um mortal já concebeu
Num requinte de cruel obsessão

Sua ausência me preenche rudemente
Sem deixar espaço algum para me aliviar
Não permitindo qualquer aproximação
Sua ausência me castiga lentamente
Numa vingança por ter ousado tanto amar
E não ceder a nenhuma forma de pressão

Sua ausência é meu desatino
Que imagino vai me consumir
No vale estreito em que habita a minha dor
Sua presença é o meu destino
Tão pequenino e pronto a persistir
Na inexorável força deste amor...

Priscila de Loureiro Coelho

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