domingo, 5 de setembro de 2010

Distância dolorosa



Estás tão perto de mim
Tão próximo o teu rosto do meu
Apenas uns escassos centimetros
E os meus lábios pousariam nos teus
No entanto
Um gigantesco mar feito de diferenças
Nos separa
A maior, o amor
Que te dedico
E que não vês
Como podes tu não ver um amor tão grande assim?
Que se ergue agigantado no meu olhar
Que se mostra inteiro, nu, no meu sorriso
Que leva tanta ternura em cada letra de um olá apenas murmurado…
Estás tão perto de mim mas tão longe
Como se um imenso mar nos separasse
No entanto
Se eu estender a mão posso sentir o teu rosto
Imensamente belo nos meus dedos ansiosos.
Gosto de ti. Sim, gosto de ti e isso dói.

Texto: Claudia Moreira (Magnolia) pessoasepoetas.blogs.sapo.pt/30874.html
Foto:
Margherita Giacobazzi

Quero



Quero lhe falar do meu amor
Sufocado na saudade que senti
Renovando o brilho encantador
De todo sonho que então vivi

Quero lhe deixar minhas suaves rimas
Que nascem desse meu sentir profundo
Tecendo palavras em obras primas
Desse amor, maior que todo o mundo

Quero lhe cantar meus versos plenos
De uma paixão terna que ora renasce
Desse meus sonhos antigos e amenos
Desse rubor por vezes em minha face

Quero lhe entregar meu doce bem
Feita em plena magia e emoção
A ternura que meu peito contém
Quando por ti dispara o coração

Sabes de mim, mais do que pensas
Eu de você por vezes nem imagino
Porém, dás por amada recompensa
Esse teu jeito, esse coração de menino

E te amo com toda magia de uma mulher
Com toda dedicação de uma menina
E a vida desenha como ela mesma quer
Minha senda, nossa estrada, nossa sina

Maria Rita Bomfim

Obscuridade



Caminho por entre as curvas
porque não há retas à minha frente
viajo sozinho deixando a ilusão para trás
quero entender o que ninguém sabe explicar

De onde eu venho, não tenho lembranças
para onde eu sigo não sei definir
e quando penso que encontrei o futuro
o cerco se fecha e não dá pra sair

O novelo é gigante e enorme é o brasão
não há nada adiante, atrás muito menos
girando o relógio os ponteiros disparam
então minha cabeça abraça o vazio

Meu coração descompassa na retórica
para que minha timidez possa sorrir do tédio
e ainda escravo dessa incerteza profana
ponho sobre a mesa da indecisão, o ócio

Marçal Filho