domingo, 5 de setembro de 2010

Obscuridade



Caminho por entre as curvas
porque não há retas à minha frente
viajo sozinho deixando a ilusão para trás
quero entender o que ninguém sabe explicar

De onde eu venho, não tenho lembranças
para onde eu sigo não sei definir
e quando penso que encontrei o futuro
o cerco se fecha e não dá pra sair

O novelo é gigante e enorme é o brasão
não há nada adiante, atrás muito menos
girando o relógio os ponteiros disparam
então minha cabeça abraça o vazio

Meu coração descompassa na retórica
para que minha timidez possa sorrir do tédio
e ainda escravo dessa incerteza profana
ponho sobre a mesa da indecisão, o ócio

Marçal Filho

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