domingo, 27 de dezembro de 2009



Espelho, espelho meu
Diga a verdade
Quem sou eu?
Se às vezes me estilhaço
Se às vezes viro mil
Se quero mudar o mundo
Se quero mudar o rosto
Se tenho sempre na boca
Um gosto de água e de céu
Se às vezes sou tão só
Quando me viro do avesso
Se às vezes anoiteço
Em plena luz do sol
Ou então amanheço
Com vontade de voar
Espelho, espelho meu
Diga a verdade, quem sou eu?

Roseana Murray


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E se eu olhasse ao espelho
E não visse nada mais que o meu reflexo?
Qual seria o sentimento de
Perceber que realmente nada à minha volta existe?
Apenas ali, a minha pessoa, a minha imagem
Reflectida num fundo que não existe,
Rodeado de coisas imaginárias?

Por isso não olho para o espelho.
Não consigo suportar a ideia de que toda a imensidão
Que me rodeia, não existe.
E por isso não olho para o espelho.
Para me aperceber que vivo só, que estou só, que sou Só.
Não olho para o espelho.
Porque com azar,
Ainda descubro que nem eu tenho reflexo.

Gabriel Braga



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